Ao navegar neste site está a dar o seu acordo às Condições Gerais de Utilização e à Política de Privacidade e Proteção de Dados Pessoais. Leia-as atentamente.

Da singular e multifacetada obra que Lourdes Castro tem vindo a construir desde meados da década de 1950 sobressai uma clara tendência para a economia de meios e de gestos. Longe de ser uma regra protocolar, esta tendência verifica-se, essencialmente, porque ela coincide com uma postura artística que privilegia a criação de situações ou objetos capazes de nos imporem uma atenção concentrada, uma experiência profunda e, também por isso, intensificada. Não será por acaso que alguns dos mais contundentes exemplos desta situação tenham surgido no âmbito do interesse que a artista desde cedo dedicou à sombra enquanto fenómeno e, sobretudo, enquanto território fértil para a produção de sentido. Seja no recurso a serigrafias, plexiglas ou panos, a concretização material deste envolvimento de Lourdes Castro com a poética da sombra passou sempre por uma parcimoniosa gestão das suas dimensões concreta e metafórica, num processo que teve uma das suas mais brilhantes concretizações no Teatro de Sombras que a artista criou e desenvolveu em parceria com Manuel Zimbro a partir do final da década de 1960.

Para aquela que será a última exposição deste segundo ciclo curatorial no Chiado 8, Lourdes Castro revisita precisamente o Teatro de Sombras. Num momento de absoluta concentração e despojamento, será revelado neste espaço o eco de uma performance na forma de uma inscrição – um gesto que subsiste e se prolonga no tempo, reconduzindo e ampliando a sua intenção original.

Esconder
ASSINE AGORA A NOSSA NEWSLETTER
Fechar